Entrevista: Adriana Vargas


Oi, pessoal! Trago uma entrevista com uma utora parceira que foi muito gentil e super atenciosa em responder as minhas perguntas. Adriana Vargas é autora de obras como O Oitava Pecado, O Voo da Estirpe, O Segredo de Eva, entre outros.
Site: www.escritoraadrianavargas.blogspot.com.br
Skoob: www.skoob.com.br/autor/5903-adriana-vargas
Li que você, aos treze anos de idade, escreveu o seu primeiro romance. Como foi isso? E como começou seu interesse pela escrita?
Na verdade, foi com oito anos de idade, que comecei a rabiscar as primeiras histórias, na época, infantis. Aos treze, escrevi o primeiro romance. Fui inspirada pelos livros que lia e meus pais compravam para que ajudasse em meu conhecimento, que na época, eram enciclopédias infantis, barsa, biografias de celebridades e a coleção de Monteiro Lobato. Aos treze anos, comecei a ler os clássicos e me apaixonei por livros da Agatha Christie e Sidney Sheldon. Na adolescência, ainda tive inspiração de Clarice Lispector e Nietzsche, o que se estendeu até a faculdade, onde li muito Platão e Hanna Arend. Esses foram meus grandes inspiradores e mestres literários. Escrevia escondido e à mão, tinha vergonha de expor o que traçava nas linhas. Meus pais sempre foram muito rígidos em relação aos meus estudos, e acreditavam que escrever poderia me desviar a atenção da escola, o que mais tarde veio a acontecer, pois deixei tudo para trás, para poder me dedicar a escrita, mesmo sabendo que no Brasil, passamos há muito tempo, por um déficit literário, porém, descobri que a minha busca pela felicidade se resume em estar bem comigo mesma, fazendo o que me realiza e me completa.

Quando você começou a escrever profissionalmente?
Não me considero uma profissional na escrita, pois isso me tira a liberdade de escrever o que gosto e me sinto à vontade para criar. Tenho o meu tempo para a criação, me baseando naquilo que surge espontaneamente, sem seguir modelo ou modismo. Gosto da literatura Fantástica, sempre norteando pelo tema – amor e o que há de mais submerso no ser, para dar vida aos personagens.

Em algum momento você pensou em desistir?
Sim, várias vezes. Sentia-me incompreendida. As portas nem sempre foram abertas ou receptivas aos anseios que eu buscava. Formar um público é algo lento e requer tempo e espaço, e isso é fundamental para a continuidade e motivação de um escritor. Somente com amadurecimento e buscando a sua própria identidade na caracterização de sua escrita, que um autor consegue alcançar este objetivo, e acredito, que ainda estou neste processo.

Você é formada em Direito. Por que decidiu por esse curso?
Gosto do senso de Justiça. No Direito, eu aprendi a respeitar meus próprios limites e o limite do outro. Sempre fui voltada às causas sociais e através deste curso, me envolvi com projetos comunitários e estive em contato com a prática da sociologia, o que me ajuda muito hoje em minha escrita. Também conheci os ícones da literatura filosófica, o que me formou como cidadã e pessoa de direito em uma sociedade. Inicialmente, eu sonhava em ser Promotora de Justiça. Estudava muito, madrugadas a fio, mas o traço característico de escritora não me deixava em paz. Tudo que estudava e lia, tinha que transcrever para um caderno, queria ter minha própria opinião sobre o assunto, até que voltei à escrita de meus próprios temas e não abandonei mais.

Você é fundadora e coordenadora do Clube dos Novos Autores. De onde surgiu a ideia?
A ideia surgiu de forma solitária. Eu precisava divulgar e mostrar às pessoas os meus escritos, mas sozinha, ninguém me dava a devida atenção. Juntei-me com alguns escritores que também queriam ser lidos e passamos a fazer nossas próprias promoções, uma vez que os blogs literários, não nos davam créditos, negavam-se a ler autores nacionais. Formamos o nosso público, sorteando livros mensalmente. Não importava se estávamos dando livros, nosso objetivo, não era vender, queríamos ser lidos e mostrar aos leitores nacionais, que tínhamos talento, e de certa forma, conseguimos um espaço, mas confesso que ainda hoje, conhecendo os dois lados da moeda, como escritora e o mundo editorial, ainda passamos por inúmeras dificuldades de chegar nossos livros, até as estantes brasileiras.

O que você diria para quem, assim como você, também tem o sonho de ser escritor(a)?
Desistir é para quem desistiu de viver. Escrever é fácil, difícil é acreditar no que se escreve. Quando faltar o leitor, leia seu próprio texto para que você possa confiar no que faz, somente assim, adquirirá experiência e aprimoramento para fazer com que sua mensagem chegue e desperte a atenção de outras pessoas. Escreva para você, não escreva pensando no que vai agradar o público. Relaciona-se com seus personagens, conheça-os intimamente, converse com eles, sinta-os, pois deste modo, eles falarão com quem os ler. Valorize-se, não se venda; não polua a internet tentando por guela abaixo o seu livro. Um livro bom será lido e será repassado boca a boca o seu valor. Estude, pesquise e escreva sobre assuntos que tenha conhecimento, o leitor é informado e quer assuntos novos; não quer ler as mesmas coisas que já leu e com conteúdo equivocado. Passar seu texto para a formação de seres é algo sério e deve ser levado com responsabilidade. Lembre-se, você é responsável pela formação de opinião de pessoas que procuram por aprendizado e conhecimento – faça isso com responsabilidade e amor.

Adriana Vargas por Adriana Vargas?
Adriana é uma pessoa inquieta, curiosa, insatisfeita e perfeccionista. Isso fez de mim, uma pessoa exigente, tanto comigo mesma, quanto com os que me circundam. Prefiro a solidão à multidão. Gosto e preciso do silêncio para criar, trabalhar e me compreender. Vivo em busca do autoconhecimento. Pratico meditação e todos os dias, logo pela manhã, bem cedo, me sento sozinha na escadaria de minha casa e observo o céu. Esses são momentos íntimos e necessários para eu começar meu dia bem. Gosto de olhar os pássaros e ouvir os ruídos matinais. Tenho poucos amigos, mas os que tenho são leais, me amam e me respeitam como sou e apesar do que sou. Já fui mil coisas em minha vida, de pop a ocultista, hoje sou apenas eu, com o que restou verdadeiramente em minha vida. Criei meus filhos, estudei, amei e quebrei a cara. Mas aprendi que soberanamente, viver é apenas isso, aprender com seus erros e não obrigar a um filho a conviver com suas mentiras. Sinto-me em paz, porque descobri os valores nas pequenas coisas, que tornaram grandes, com o passar dos anos. Não tenho necessidade de criar uma autobiografia, creio que meus pedaços já estão em tudo que escrevo.

Deixe uma mensagem para os leitores.
Você não precisa ler qualquer livro para ajudar na ascensão literária nacional. Você não precisa nem sequer, levantar uma bandeira ou vestir uma camisa com estrelas patriotas no peito. Você apenas precisa continuar lendo, pois assim, já estará fazendo a sua parte. O leitor precisa ser critico, moldando a lata demanda de escritores que chegam hoje ao mercado. Selecionando, valorizando àqueles que se empenham e ser o seu melhor. Vestir a camisa é fazer parte desta odisseia, ajudando na seleção dos melhores grãos, isso também, é o processo de uma ascensão. Obrigada a todos vocês que mesmo sem me conhecer, fazem parte de minha vida, pois vivem comigo este sonho.

Bom, eu só tenho a agradecer à Adriana e equipe dela que sempre foram bem atenciosos comigo e estão sempre se disponibilizando em ajudar no que precisar. Obrigada mais uma vez, e espero que vocês tenham gostado!

Não esqueçam de participar da Promoção Corações em Fase Terminal e da coluna Quotes da Semana.

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